Shekinah Rap: lições de vida através da música


Shekinah Rap: lições de vida através da música



Grupo de rap ministra oficinas de literatura a menores em situação de vulnerabilidade social no interior de São Paulo

Ousado e confrontante. Assim pode ser definido o trabalho feito pelo grupo de rap do interior de São Paulo, Shekinah Rap.

Através do projeto “Descriminalização Do Gênero”, que visita entidades que cuidam da ressocialização de jovens de periferias que já estiveram envolvidos com a criminalidade, o MC Biorki tem visitado várias cidades por todo interior do Estado, onde tem ministrado oficinas de conteúdo informativo aos menores.

Tais oficinas são a expansão do projeto “Liberdade dos meus versos” coordenado por Biroki desde 2010 e que já atinge várias unidades do Estado, provisórias ou semi-liberdades, visando um trabalho com abrangência nacional. Para o rapper, o grupo em que canta, o Shekinah Rap, sempre tratou o assunto através dos discos e assim, torna-se ainda melhor ter contato com o público.

“Escrever e cantar é algo que amamos, mas olhar no olho daqueles a quem chamamos de presente do país, não só futuro, é sem dúvida a forma mais viva de trabalho que encontramos como músicos”, acredita.

Arte-educador da Fundação Casa da região de São José do Rio Preto, ele tem contato com a literatura e ministra estruturas poéticas e seus estilos aos jovens, além de oficinas como Freestyle - rimas improvisadas -, Biorki ministra também a ampliação do conhecimento da língua portuguesa, num trabalho de conscientização por meio das letras de rap.

“Os efeitos de letras negativas dentro do rap são devastadores e assustam, não por simplesmente notarmos isso, mas pelo fato de que os próprios jovens falam com pesar sobre as influências que sofreram por aderirem ideias de rappers que ostentam ódio, revolta e rebeldia em seus versos”, diz o MC.

Ele conta também que durante as oficinas, os jovens citam nomes de grupos e frases de efeito, que criam neles uma identidade com dados revoltantes. “Contudo, o que eles relatam não traz soluções que apontem um caminho que os leve aos estudos ou a uma postura de busca por um trabalho, por exemplo. Há muito tempo levantamos uma bandeira contra o rap negativo, pois cremos e queremos oferecer um conteúdo melhor para os nossos jovens”, pontua Biorki, que através das oficinas e letras de rap do seu grupo, tenta enfatizar isso.

De acordo com ele, conseguir este espaço não é uma tarefa fácil, visto que as próprias autoridades do setor denunciam os prejuízos e deformações no caráter, que tais músicas provocam. “Por outro lado, graças aos princípios devidos, o resultado inicial destas oficinas que duraram todo mês de julho tem sido positivo, visto que, além de cada jovem se identificar com o estilo musical, as orientações, na maior parte das vezes, são acolhidas por eles e um novo caminhar no conhecimento é iniciado, despertando o interesse deles para algo que levará cada um em busca de conteúdo que os façam almejar mudanças em suas realidades cotidianas, seja por meio de livros ou por filosofias inseridas nas músicas”, acrescenta.
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