Uma produção
totalmente independente. Essa letra reverencia
a obra de João Cabral de Melo Neto: ‘’Morte e vida Severina’’...(uma obra que
me inspirou e que de certa forma me influenciou a me arriscar pelo universo da
escrita)... Além da inauguração da estética da aspereza e da introdução ao
cenário real onde a vida e morte se fundem na caminhada de um homem simples que
estampa com sua própria historia as dores e os lamentos do povo
nordestino-sertanejo ao longo de nossa historia. E ao mesmo tempo fazendo um
paralelo com momento atual (2017) e os caminhos e tendências que o Rap tem
assumido no país mesmo depois de ter construído sua historia de luta
interligado as dores e os problemas que aflijam os povos por todo o mundo. O
mesmo Rap que narra as injustiças sociais e o descaso com que é tratado a
população periférica, O mesmo que Rap que denuncia os crimes contra humanidade
e os crimes de guerra, intrínseco e complacente aos corações castigados pela
pobreza, pela miséria e que ressoa do grito dos excluídos no Brasil e no mundo.
Esse processo ancestral de fazer ecoar o grito pra que se suporte a dor e a
supere. O uso racional da poesia como ferramenta de grito de sobrevivência. A
rebeldia ante a subserviência. Na contemporaneidade essa poderosa ferramenta de
expressão e transformação vive seu momento de ‘’quase ápice’’ através dos
avanços e recursos tecnológicos acessíveis a essa nova geração de rappers, Mcs,
Djs, BitMakers, em fim...As possibilidades de se fazer Rap hoje facilitou e impulsionou
milhares e milhões de artistas-rappers-Mcs no mudo inteiro. Com o acesso a todo
esse aparato tecnológico aliado a um mercado-indústria cultural avido por novos
sucessos, novos ídolos, novos produtos. Eles veem conseguindo moldar o Rap a um
formato mais pasteurizado, plastificado (hi-tec demais). De forma a desconectar
toda raiz ancestral de luta e resistência, de canto de dor e de lamento mais
também de libertação que a musica Rap carrega na sua bagagem e tem como
instrumento de educação, evolução e ascensão de um povo. Em suma, Severina Trap
deixa um recado aos novos Mcs...”usufruam do novo, mais não se percam das
tradições”.
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